Investir no mercado de logística será um dos principais negócios nos próximos anos. Um estudo da AWRO Logística aponta que os investidores devem injetar nesse segmento aproximadamente R$ 10 bilhões até 2014. Além disso, um cálculo do BNDES revela que o setor industrial vai investir algo em torno de R$ 850 bilhões no Brasil, destes, R$ 330 bi será destinado a essa área.
Com esse futuro promissor, há uma necessidade de readequação administrativa das empresas para suportar as características desse mercado. Cada vez mais, as marcas precisam se fortalecer para atender à complexidade, a qual demanda um poder enorme de especialização das operações.
E uma saída para sustentar todo esse investimento anunciado, será a junção de forças. Cenário que o País vem presenciando nos últimos meses. De acordo com dados da PricewaterhouseCoopers, no primeiro semestre de 2010, foram divulgados oito negócios no Brasil, com valor médio de US$ 74 milhões, totalizando US$ 600 milhões.
Entre os destaques das parcerias está a criação da Brado Logística e Participações, resultado da fusão entre a América Latina Logística e a Standard Logística, para atuação no segmento de contêineres. Com a fusão, a nova empresa terá R$ 1,5 bilhão em ativos. Nos primeiros cinco anos, vai investir R$ 1 bilhão em vagões e locomotivas,.
Para Antonio Wrobleski, diretor da AWRO, outro destaque foi o processo de IPO (Oferta Pública Primária) de ações realizado pela Julio Simões. ?A iniciativa da Julio foi uma das mais importantes desse ano, pois tratou-se de uma fusão com o mercado?, declarou o executivo.
Mas por que a fusão se tornou tão atrativa para esse segmento? Segundo Wrobleski, ela é um processo a ser considerado como ferramenta alavancadora do crescimento. ?Juntar interesses pode sempre ser uma opção saudável de posicionamento mercadológico?, frisa o executivo.
Segundo ele, as empresas não vêem a junção operacional como um sistema pontual para eliminar problemas, mas sim como item a mais no processo administrativo para sustentar o aproveitamento de sinergias.
?A concorrência aumentou consideravelmente, obrigando as companhias a se modernizarem e buscarem capacidade de investimento. Dessa maneira, fusões e aquisições se tornaram frequentes, apontando para uma tendência de se estabelecer um cenário apenas com grandes empresas?, declara.
Wrobleski afirma que além desses novos contratos efetivados no mercado nacional, ainda há espaço para esse tipo de transação. ?O processo está apenas começando. Creio que o Brasil, que já atrai olhares do mundo, estará cada vez mais no centro das discussões e modelagens de investimento global em logística?, prossegue o diretor.
Questionado se os processos de fusões podem solucionar os problemas logísticos do País. Wrobleski ponderou que elas podem ser agentes facilitadores na solução de graves problemas. ?Empresas fortes e grandes têm muito mais chances de se estabelecer e prospectar novos negócios nesse concorrido segmento?, concluiu o executivo.
Fonte: Webtranspo em http://www.webtranspo.com.br/logistica/20934-logistica-fusao-estabelece-negocio
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